Voluntária preparando buquês pára pra foto ❤

“Tem muito amor envolvido”. Essa foi a frase unânime entre os voluntários da ONG Flor Generosa, que recolhe flores de festas e as transforma em buquês para idosos em asilos. A ONG que começou em 2014, hoje, conta com mais de 20 voluntários que, em média, duas vezes ao mês, passam seus domingos, pela manhã, confeccionando buquês e, à tarde, entregando aos idosos e enchendo os asilos de esperança e risos.

Voluntárias do projeto.

Embora, as visões de cada voluntário sejam diversas, todos eles concordam que há negligência quanto ao tratamento dos idosos, consequências da falta de paciência e tolerância dos familiares e também da falta de tempo da geração atual. Somando a isto, há o desrespeito quanto ao envelhecimento, gerando quase uma obsolescência, essa mesma que vemos em eletrônicos. A consideração quanto ao trabalho do idoso fica limitada ao simples gesto de oferecer o assento preferencial ou um lugar na fila. Isto é, o envolvimento dos avós na participação da educação dos netos está se tornando, cada vez mais, desprezado na cultura brasileira, ao contrário de países como o Japão.

Em um dia, vê-se que o trabalho dos voluntários, vindos pelo site do Atadosou por indicação, transcende o ato de confeccionar flores. Transformam um pequeno gesto, em uma onda de amor e paixão pelo trabalho no formato de sorrisos, abraços e beijos, por aqueles que, muitas vezes, não possuem visitas frequentes. A sensibilidade nesse trabalho é fundamental e inspirada pela paixão de Carmen, fundadora da ONG. Assim, os voluntários procuram uma identificação com o próximo, oferecendo acolhimento àqueles que se sentem inúteis e carentes e ainda garantem que recebam muito mais amor, paixão e caridade do que doam.

Voluntários de todas as idades já na frente do lar de idosos.

As respostas por estes gestos são variadas: vão de cartas, poesias e depoimentos, até abraços, beijos e lágrimas ou, mesmo sem uma resposta física, a percepção emocional vale mais que mil palavras. Assim, todos eles possuem o autoconhecimento do que é ser um voluntário, que inclui comprometimento, responsabilidade, troca de experiências, o saber trabalhar em conjunto, tendo em vista que, cada trabalho é essencial para o funcionamento do projeto como um todo. Além disso, o próprio trabalho é relaxante e, sentir-se à vontade e meio aos trabalhos impacta imensuravelmente no tratamento dos idosos, que sentem o carinho e compaixão transpassados.

Em geral, a visitação vai de dois a três asilos particulares, por tarde, e o projeto é dividido em três etapas. A primeira é o recolhimento das flores em casas de festa, em geral, apenas duas, envolvendo voluntários para o carregamento e motoristas. A segunda e terceira etapa configuram a atividade artesanal, com acompanhamento, já que o processo envolve grande preocupação quanto à qualidade das flores e ao horário, e também a entrega, envolvendo mulheres, na maioria.

Todos os voluntários possuem um envolvimento limitado com cada idoso, sentindo-se à vontade e transmitindo compaixão, uma lição de vida ensinada por àqueles que estão, muitas vezes, encamados e desconsiderados ou sem família. Mesmo assim, as flores representam esperança e os poucos minutos de entrega, impactam positivamente no tratamento, principalmente, para aqueles que possuem deficiências, pois a frequência que são visitados influencia nos bons sentimentos, havendo uma troca. Ao mesmo tempo que há flores, cada pétala simboliza o respeito ao próximo e empatia.