Foto de capa: Gustavo Albano


O Atados afirma extrema preocupação com a ação de busca e apreensão na sede do Projeto Saúde Alegria em Santarém no Pará, em um cenário de seguidas tentativas de criminalização das Organizações da Sociedade Civil no país.

No ocorrido (ontem, dia 26 de novembro), 4 mandados de prisão preventiva contra brigadistas foram expedidos, prendendo pessoas que participavam, na realidade, no combate aos incêndios ocorridos na Amazônia e que tiveram aumento expressivo em meio a uma política permissiva por parte do governo federal. 

O Projeto Saúde Alegria (PSA) é uma das principais referências de atuação na Amazônia, trabalhando diretamente com comunidades tradicionais, desenvolvendo programas integrados de saúde, saneamento básico, direitos humanos, meio ambiente, geração de renda, educação, cultura e inclusão digital, visando melhorar a qualidade de vida e o exercício da cidadania. 

Foto: Eugenio Scannavino Netto

A acusação, sem provas, parece tentar novamente enfraquecer o trabalho de organizações como o PSA ao invés de investigar os verdadeiros responsáveis, que invadem e roubam as terras e florestas públicas, usando o fogo como estratégia para limpar a área.

A nossa preocupação ocorre em um momento de seguidas ameaças a ações promovidas por coletivos, organizações da sociedade civil e ativistas de diversas causas.

As organizações da sociedade civil, assim como os voluntários, foram os principais agentes para que os desastres ambientais ocorridos em 2019 (Brumadinho, Amazônia, Óleo no Nordeste, entre muitos outros) fossem denunciados e tivessem uma ação assistencial para minimizar o dano.

Com as denúncias, organizações, projetos e ativistas têm sido atacados e desmoralizados pelo governo federal. 

O apoio de empresas, parceiros e do próprio governo têm se tornado cada dia mais difícil e a sobrevivência de grupos organizados se mantém graças ao engajamento voluntário e luta de ativistas, fundadores de organizações e pessoas que são impactadas diariamente pelos problemas sociais do Brasil.

Reforçamos o nosso compromisso em apoiar essas iniciativas a lutar pelas causas sociais no Brasil, amparados pelas leis e pela liberdade de expressão para atuar frente às desigualdades que se acirram na sociedade brasileira.

Esperamos pela liberação dos brigadistas, que seguem presos de forma injusta e manteremos a participação em fóruns e grupos de apoio às organizações da sociedade civil.