A visão freiriana foi desenvolvida na década de 1960, mas ainda é muito atual por abordar uma educação libertária e transformadora
No último dia 19 de setembro, celebrou-se o centenário do Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire. Ele faleceu em 2 maio de 1997, mas seus ideais continuam vivos até hoje. Por isso, a data nos convida a refletir sobre a educação brasileira na atualidade, não só nas discussões pedagógicas, mas também nos debates sociais.
O educador pernambucano defendia uma metodologia pautada em conectar o ensino com as experiências e a realidade de cada educando. Muito envolvido com a escuta ativa, sua visão entendia que a educação é um ato político, e que conteúdo a ser ensinado vai muito além do português e da matemática clássica, como abordado em seu livro, Pedagogia do Oprimido.
Sua maior crítica era direcionada à didática escolar padronizada — chamada por ele de educação bancária —, em que o professor “deposita” seus ensinamentos e o estudante só os escuta e os reproduz. Freire era defensor de uma educação libertária, que leva o indivíduo a tomar consciência e transformar o mundo.
Educação na pandemia
Com a pandemia, a educação brasileira sofreu impactos, sobretudo as escolas públicas. No ano passado, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o percentual de escolas que suspenderam as atividades presenciais na rede pública foi de 98,4% das escolas federais, 97,5% das municipais e 85,9% das estaduais, acentuando o déficit educacional.
As incertezas do futuro, o aumento da pobreza e as dificuldades com o ensino remoto aumentaram a porcentagem de alunos que pensaram em abandonar os estudos: de 28%, em 2020, para 43% em 2021, segundo o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Isso prejudicou o desempenho dos estudantes no boletim escolar e também nos vestibulares, como o Enem.
Na edição de 2020, realizada em janeiro deste ano, a taxa de abstenção foi a maior de todos os anos anteriores. No primeiro dia de aplicação, 51,5% dos candidatos não compareceram, e, no segundo dia, 55,3% faltaram, isto é, de mais de 5 milhões de inscritos, menos da metade compareceu aos locais de prova, segundo o Inep.
Por ser uma ferramenta tão poderosa de transformação social, como defendia Paulo Freire, é fundamental que toda a sociedade se engaje na causa, independente de sua formação ou conhecimento. O educador já dizia: “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”.
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Imagem em destaque: Clovis Cranchi Sobrinho / Estadão Conteúdo
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Milena Ariani
Voluntária de Comunicação
Edição: Aline Naomi
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