Para ser reconhecidas como sustentáveis, empresas precisam ir além do discurso e comprovar na prática ações responsáveis social e ambientalmente
As práticas de responsabilidade socioambiental do setor privado estão hoje diretamente relacionadas ao debate sobre o papel das empresas na sociedade e, por isso, não ficam mais na instância apenas da “boa vontade” de gerar impacto positivo. Já mostramos aqui no blog o quanto os consumidores têm considerado cada vez mais importante cobrar das marcas iniciativas sociais e ambientais.
Com o aumento dessa pressão social — não apenas dos clientes, mas também de investidores, funcionários, parceiros —, muitas empresas estão correndo contra o tempo para se adequar e incluir o tema da sustentabilidade em seus produtos, serviços, embalagens e propagandas.
Acontece que, sem saber, muitas vezes, o consumidor ou o investidor pode estar diante de uma prática de greenwashing, expressão em inglês que, traduzida literalmente, significa “lavagem verde”. Ou seja: em português claro, significa algo como “só conversinha”, “para inglês ver”, “papo-furado”. Isso acontece quando uma marca usa a sustentabilidade para se promover, mas faz, na prática, pouco ou nada para minimizar o impacto socioambiental de suas atividades e para gerar um retorno positivo à sociedade nesses aspectos.
Um exemplo disso seria uma empresa dizer que seu produto é “eco-friendly” (termo da moda para “ecologicamente correto”) e, em seu processo de produção ou comercialização, causar prejuízos ao meio ambiente. E se engana quem pensa que a prática está distante do nosso dia a dia. De acordo com uma pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), em uma amostra de 509 produtos que continham pelo menos uma alegação de cunho socioambiental, 48% eram greenwashing. Por isso, é importante ficar atento aos principais selos de responsabilidade socioambiental antes de achar que está investindo em um produto sustentável.
O G de ESG não é greenwashing
Se há marcas que tentam enganar os consumidores com embalagens modernas aparentemente sustentáveis, também há as que tentam convencer, sem a real prática, os investidores de que são responsáveis. Uma das formas de combater isso é criar indicadores robustos que garantam a existência de práticas ambientais, sociais e de governança.
Globalmente, a maior ação nesse sentido foi o Regulamento para Divulgação de Finanças Sustentáveis da União Europeia, que passou a vigorar em março de 2021, e é considerado o mais ambicioso conjunto de regras para estratégias ESG. Esse marco regulatório surgiu justamente da necessidade de combater o greenwashing e direcionar recursos a empresas que, de fato, estão colocando a sustentabilidade em prática.
Vale ressaltar que o G de ESG, a governança, é fundamental para garantir a coerência das ações da empresa com seu discurso. Ao levar os princípios e valores de uma companhia para sua gestão, é possível construir transparência com os stakeholders, reputação corporativa e consistência na estratégia ESG da empresa.
Com mais de oito anos de experiência em programas corporativos de responsabilidade social e voluntariado, o Atados acredita na transformação coletiva que as empresas podem gerar. Por isso, oferece consultoria e serviços para que se posicionem dentro de Social, o S de ESG, de forma inteligente, mobilizando recursos por causas e organizações sociais da nossa rede. Venha saber mais como podemos te ajudar a fomentar um impacto positivo real na sociedade. Fale conosco! Vamos juntos?
Imagem em destaque: Brian Yurasits via Unsplash
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Aline Naomi
Jornalista e analista de conteúdo
Edição: Juliana Borre
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