Comprovar responsabilidade socioambiental é urgente para empresas e, agora, governos captarem recursos. Dados comparados e evidências certificam consistência da estratégia

Nós, do Atados, temos trazido a vocês informações e reflexões sobre a importância das práticas sistêmicas de responsabilidade social, ambiental e de governança (representadas na sigla em inglês ESG) das empresas porque acreditamos que esse movimento não é passageiro: ele é fruto do fortalecimento e da mobilização das pautas sociais — da qual fazemos parte há quase nove anos — e tem uma chancela de peso: os investidores. 

Agora, as práticas de ESG no Brasil começam a ganhar uma maior sistematização também na administração pública. No fim de agosto, o Ministério do Desenvolvimento Regional lançou a Estratégia Investimento Verde, iniciativa com o objetivo de fomentar a inclusão de critérios ESG nos editais de infraestrutura. A ideia é oferecer ferramentas de monitoramento de metas ambientais, sociais e de governança aos governos municipais e estaduais. Mas qual é a importância disso?

Atualmente, a falta de indicadores estruturados é uma das barreiras para a massificação de práticas bem estruturadas de governança e responsabilidade social e ambiental. Isso porque eles são fundamentais para monitorar as metas socioambientais de um projeto ou negócio e garantir que ele é ESG. Vale ressaltar que essa certificação é exigida (e cada vez mais criteriosa) por investidores, bancos e fundos de investimento.

No caso das empresas, uma das formas de avaliar a consistência da estratégia ESG é por meio dos relatórios anuais e de sustentabilidade. Entretanto, esse método pode ser bem trabalhoso, sobretudo para investidores, e pouco acessível aos consumidores. Por isso, existem índices que agrupam companhias comprometidas com critérios ESG e certificações que atestam a responsabilidade social e ambiental delas. Veja alguns exemplos:

ISE B3

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, a Bolsa de Valores do Brasil. Criado em 2005 e pioneiro na América Latina, o ISE reúne empresas que, de alguma forma, adotam o ESG em seus negócios. Para entrar na carteira, as companhias precisam apresentar informações e evidências de suas práticas. Os dados são avaliados pela B3, que atribui uma nota final à empresa, dando origem a um ranking. 

Sistema B

O Sistema B é uma certificação emitida pelo Sistema B Brasil, parceira da americana B-Lab, uma organização sem fins lucrativos que audita empresas para avaliar seus impactos sociais e ambientais. Para receber o selo, as companhias passam por um processo de avaliação que leva em conta princípios do Pacto Global da ONU e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs)

Estratégia Investimento Verde

A iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Regional citada no começo do texto propõe uma taxonomia, isto é, um conjunto de indicadores socioambientais a serem monitorados em editais de infraestrutura. O uso das métricas não será obrigatório, mas se espera uma ampla utilização por conta da alta demanda por investimentos ESG. A iniciativa se inspirou na taxonomia europeia e contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Vale ressaltar que, dentro de ESG, o S é a letra que mais encontra desafios no Brasil, não só na mensuração do impacto, como também na hora de integrar a responsabilidade social corporativa na estratégia do negócio. O Atados oferece solução completa em responsabilidade social e voluntariado para empresas. Entre em contato conosco!

Imagem em destaque: Adeolu Eletu via Unsplash


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Aline Naomi
Jornalista e analista de conteúdo

Edição: Juliana Borre