Foto cedida pelo projeto.

Em seus oito anos de atuação efetiva, a Fundação Laço Rosa vem se destacando na influência de políticas públicas, na defesa de direitos de pacientes e no resgate da autoestima, sendo reconhecida não só no Brasil, mas internacionalmente. Inclusive, vale salientar que é a única instituição brasileira que tem a chancela da American Society of Clinical Oncology (ASCO) para reprodução de conteúdos voltados para o universo do câncer.

Foto: Breno Assis.

À frente da instituição está o trabalho incansável de Marcelle Medeiros, de 48 anos, presidente voluntária da Fundação Rosa, que juntamente com um grupo de pessoas luta diariamente em prol dessa causa.

Marcelle mais do que ninguém, sabe o impacto que o câncer pode causar na vida de uma pessoa, e também sabe o quão importante são as ações que objetivam a auxiliar os pacientes num momento tão delicado de suas vidas. Em seu histórico familiar, ela perdeu seu pai precocemente, vítima de câncer, e duas irmãs (Aline e Andréa).

“É impossível passar por uma experiência de câncer na família sem mudar o olhar para o mundo e, principalmente, sem se colocar no lugar do outro”, destaca Marcelle. Ela mesma é considerada paciente do grupo de altíssimo risco.

A própria criação da Fundação Laço Rosa é fruto de uma emocionante história de vida.

O ano era 2007, quando Aline, aos 33, descobriu um diagnóstico de câncer de mama na gestação e precisou iniciar uma luta contra a doença, passando por uma mastectomia radical e uma sessão de quimioterapia. Atravessou por muitos momentos de luta, perseverança e fé, fazendo com que acreditassem na sua cura e dando força para lutar pela sua vida e de seu filho. Sem ter muitas informações sobre o assunto, ela procurou a internet para se aprofundar mais pelo o que estava vivendo.

Foi diante das dificuldades em encontrar conteúdos acessíveis na internet — muitos com linguagens científicas — é que Aline e as irmãs tiveram a ideia de criar a ONG. Nascia, em 2011, a instituição.

Foto cedida pelo projeto.

Tema tabu no passado, a descoberta da doença era praticamente uma sentença de morte para muitas mulheres, chegando a ser escondida e até mesma a palavra evitada de se pronunciar. Porém, hoje em dia, o que se percebe é uma nova realidade, principalmente por causa das ações que visam alertar sobre a necessidade de prevenção e o do diagnóstico precoce, aumentando, assim, as chances de cura — descoberto na fase inicial, a probabilidade de recuperação é de até 95%. Uma mudança de cenário importante, tendo em vista que a doença está no topo do ranking entre os tumores mais frequentes nas brasileiras, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Pioneira no Brasil na disseminação de informação de qualidade quando o assunto é câncer de mama, a Fundação Laço Rosa é uma das principais referências no país neste sentido, compartilhando com a sociedade conhecimento sobre prevenção e tratamentos adequados.

“Percebemos que a internet poderia ser uma aliada; idealizamos uma instituição que tivesse um formato digital, que pudesse se comunicar com muita gente, que pudesse trazer o acesso à informação segura”, explica Marcelle.

Foto cedida pelo projeto.

A Fundação promove programas que impactam positivamente a vida das pessoas. Um deles é o pioneiro Banco de Perucas Online, programa de doação de perucas gratuitas pela internet que já beneficiou mais de 6 mil famílias. São em média 80 a 100 atendimentos por mês. O Força na Peruca é outro projeto que se destaca pela importância, capacitando novos profissionais no ofício da perucaria. O curso, além de ser oferecido na sede da instituição, também é itinerante,rodando por alguns estados brasileiros por meio de um caminhão-escola. O Aconchego é a mais nova iniciativa da instituição, em que cartões confeccionados com mensagens positivas são levados para pacientes em centros de infusão de quimioterapia.

Foto cedida pelo projeto.

Para levar os projetos adiante, a instituição precisa contar com o incentivo financeiro dos chamados Amigos Rosa (empresas que colaboram com a ONG). Um dos critérios para ser um Amigo Rosa é o compromisso [das empresas] em divulgar a causa da Fundação Laço Rosa para funcionários e consumidores.

Outra ação que visa arrecadar recursos é o evento beneficente Coquetel Rosa, que ocorre uma vez ao ano durante as comemorações do Outubro Rosa, movimento de internacionalmente conhecido de luta contra o câncer de mama. A festa sempre acontece no dia da abertura da iluminação rosa do Cristo Redentor, atraindo artistas, personalidades e formadores de opinião, sendo bastante divulgado na mídia.

E é exatamente neste mês de engajamento que a luta contra o câncer de mama ganha maior mobilização e visibilidade. Recentemente, a Fundação Laço Rosa lançou as campanhas #SororidadeRosa e #50TonsDeRosa, que têm como objetivo destacar a irmandade entre mulheres e a sexualidade da paciente com câncer de mama.

Quem tiver interesse em fazer parte da irmandade #SororidadeRosa, é só entrar no site da Fundação e assumir o sobrenome Rosa. Para isso, basta contribuir para a causa e baixar um RG ilustrado para ser usado nas redes sociais. Em breve, o site passará a exibir também dados atualizados sobre o câncer de mama, metas batidas e resultados das iniciativas, permitindo que a sororidade avance com transparência entre as mulheres. Já quem quiser conhecer de perto a campanha #50TonsDeRosa — exposição fotográfica que enaltece a sensualidade de quatro pacientes com câncer de mama —, tem a oportunidade de apreciá-la gratuitamente na estação do metrô da Carioca, no centro do Rio, até o dia 31 de outubro.

Foto: Breno Assis.

A presidente voluntária da Fundação Laço Rosa ressalta a importância de despertar esse movimento de irmandade e de apoio entre mulheres durante todo ano, objetivando manter o câncer de mama nas pautas, agendas e prioridades das políticas públicas. “Precisamos de ajuda financeira e de apoio o ano inteiro, porque a doença não escolhe apenas outubro para se manifestar”, explica.

Na realidade, é uma luta diária que a instituição precisa enfrentar para levar a sua causa adiante e dessa forma poder viabilizar todos os projetos. Marcelle reconhece ser  “batalha de uma vida”, batalha essa em favor do coletivo.


Quer saber mais sobre como se engajar?

Para conhecer mais sobre a instituição, entre no site da Laço Rosa e confira a página deles no Atados. Lá tem várias vagas para você se engajar!