Texto escrito por Bruno Araújo voluntário do Atados
Após o sucesso do debate Mulheres na Política, o Atados abre sua garagem novamente para o tema político, agora com o evento intitulado “Novos Caminhos na Política”. O evento reuniu representantes de organizações de ativismo político e candidatos(as) com novas ideias para o progresso da democracia. Os convidados(a) foram:
Larissa Dionísio – Instituto Update
Pedro Kelson – Pacto Pela Democracia
Wellington Nogueira – Candidato a Deputado Federal pela Rede Sustentabilidade
Ana Luiza Aranha – Transparência Internacional
Paula Aparecida – Co-Candidata da Bancada Ativista
Mediação: Duda Alcantara
Apresentado por Daniel Assunção, fundador do Atados, o debate teve como enfoque novas formas de fazer política. Cada um dos representantes começou se apresentando para o público presente, em sua maioria jovens, falando sobre o seu propósito no cenário político.
Pedro Kelson introduziu sobre o motivo do surgimento e união de novas organizações de ativismo político falando sobre a percepção do risco democrático e o perigo de um retrocesso pior que o atual “Começamos a perceber uma série de indicadores de que a democracia estava em risco e por isso várias organizações da sociedade civil se juntaram para se organizar e fortalecer, e independente das ideias dos candidatos que apoiamos, seja pela esquerda ou pela direita, o importante é que as instituições e regras democráticas estejam funcionando, e a opção autoritária é uma opção que não gostaríamos de retornar”. Disse o representante do Pacto pela democracia.
Paula Aparecida, Professora da rede pública estadual e Co-candidata da Bancada Ativista, falou sobre o projeto em que atua e suas ideias de lutar pela democracia em áreas com pouca visibilidade. De acordo com ela, a Bancada Ativista baseia-se da seguinte forma: um grupo de 9 ativistas com diversas ideias em diferentes áreas como educação, meio ambiente, maternidade, infância, direito à água nas periferias do interior, movimento de cultura periférica, LGBT , povos indígenas entre outros se juntam numa co-candidatura para cada um ser responsável pela sua causa foco e terem juntos, espaço na Câmera dos Deputados “ a ideia da bancada ativista é juntar pessoas que fazem política, mas fazer isso de uma forma a ponto de enfrentar o sistema, pois fazer política não é fácil, principalmente na periferia”
Paula compartilhou sua visão de sociedade, vivida em seu trabalho, dialogando sobre sua perspectiva em relação a crise do ensino público e os bloqueios que a sociedade menos privilegiada enfrenta “Eu sou calada e visibilizada, e para mim, quando eu digo burguesia, eu me refiro a uma classe dominante que define a minha vida, define o ônibus que eu pego, a escola em que eu frequento, o salário que eu tenho, a saúde que está ao meu redor, e a moradia, não somos nós quem definimos isso, não é a gente que trabalha nisso, e digo isso porque sou uma especialista em educação e a educação não é um número, educação é afeto, educação é práxis e não algo para lucrar”
Foi aberto ao público a oportunidade de fazerem perguntas em sequência do diálogo, para depois cada integrante responder de acordo com sua perspectiva. Os questionamentos estavam relacionados ao direito dos imigrantes no Brasil, resolução das desigualdades sociais, e sobre a expectativa de mudança com o surgimento de novos projetos políticos.
“Estamos em uma sociedade onde o sucesso individual é visto com grande valor. Onde as pessoas deixam de participar da vida em sociedade. Temos as grandes organizações, mas eu tenho a impressão de que as pessoas abandonaram a vida política, com exceção dos caras pintadas, que tiraram o Collor” completou Pedro Kelson do Pacto pela Democracia.
“Eu sofri na ditadura e depois tivemos a redemocratização. Passados esses anos, tivemos a impressão de que fizemos a nossa “lição de casa” (uma forma de dizer que cumpriu com seus deveres) e voltamos para nossa vida normal entregando essa lição ao governo que confiamos, e essa é a perversidade de uma ditadura, ficamos indignados mas demoramos em transformar isso em um movimento e sair as ruas.” Disse Wellington Nogueira do Rede Sustentabilidade.
“Temos uma democracia jovem potencializada pelas redes sociais, em que podemos compartilhar experiências globais, o que torna essa ferramenta um lugar de ação e engajamento, e assim vemos muitos movimentos de ocupação das ruas a partir do ano 2000” finalizou Larissa do Instituto Update.
“Sobre a imigração, já vivenciei burocracia de visto e me surpreendi como o Brasil é difícil, essa pauta é importante para mim então busco candidatos em que vejo o posicionamento em relação a isso” disse Ana Luiza Aranha do Transparência Internacional.
O debate encerrou as 10 da noite com o público muito animado em relação aos novos caminhos que estão aparecendo na política brasileira.
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