Texto escrito por Bruno Araújo voluntário do Atados.
Em 25 de agosto celebramos o Dia Nacional da Educação Infantil. A data foi instituída no ano de 2012 em homenagem à médica sanitarista Zilda Arns, uma das fundadoras da Pastoral da Criança. Nos últimos anos a importância da educação dos pequenos vem crescendo e isso é expressado pelo desenvolvimento de atividades em creches e ONGs; o surgimento de teorias criadas por grandes pensadores; e os decretos de lei que vem ocorrendo no Brasil desde a constituição de 1988 garantindo à criança o direito ao ensino.
O cuidado especializado com as crianças tem ganhado cada vez mais importância na sociedade brasileira e isso mostra a relevância da educação dos pequeninos para o desenvolvimento humano. Não existe um registro que fale do ano de início das creches no Brasil, mas o autor Learson Pires Gonzaga em seu livro “Práticas Corporais da Educação Infantil” define que basicamente em território nacional, as instituições infantis inicialmente eram assistencialistas, visavam somente o cuidar e o educacional não fazia parte da proposta das creches “As creches, em seu início, não se vinculavam ao contexto educacional, mas à concepção do cuidado, atenção e abrigo”.
A constituição de 1988 foi um marco na educação infantil compreendendo a criança como um ser de direito. Essa lei possibilitou inserir os pequenos no âmbito da educação, garantindo à criança de 0 à 6 anos o direito à creche e pré-escola. A partir de então foram surgindo outras leis que reforçam o direito ao ensino infantil.
Segundo a Pedagoga Cátia Reis, nos anos 80, a Instituição de ensino infantil de crianças de 0 a 5 anos utilizou outro método no lugar do “cuidar” “A creche a partir da década de 80 começa a ser pensada não só como um local de cuidado, mas como um local de aprendizagem e desenvolvimento sociocultural da criança. A maior mudança ocorreu com a lei de diretrizes e bases (LDB) de 1996, em que diz que com finalidade do desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social”
O surgimento de pensadores no âmbito educacional influenciou a Educação Infantil. O Psicólogo Jean Piaget (1896-1980) um dos mais conhecidos em pedagogia, através de suas pesquisas, contribuiu com suas descobertas sobre os diferentes estágios do desenvolvimento infantil e como os padrões de aprendizagem se desenvolvem, bem como o desenvolvimento cognitivo. Entre suas obras então: A Psicologia da Criança, A Psicologia da Inteligência, e Seis Estudos de Psicologia.
Lev Vygotsky (1896- 1934) em sua teoria afirma que a aprendizagem é uma experiência coletiva, o desenvolvimento cognitivo do aluno acontece por meio da interação social, onde duas pessoas ou mais devem estar envolvidas trocando experiências e ideias. Assim a interação entre eles gera novos conhecimentos. Algumas de suas obras são: Pensamento e Linguagem, A Formação Social da Mente e Psicologia da Arte.
Já Henri Wallon (1879-1962) em seus texto ensina que o desenvolvimento da criança é feito em movimento, cognitiva e principalmente afetiva, pois ele acreditava que a criança é influenciada não só pelo ensino, mas pelo ambiente externo. Algumas de suas obras são: A Evolução Psicológica da Criança, As Origens do Pensamento da Criança e As Origens do Caráter da Criança.
Sobre a contribuição dos Pensadores, a Psicopedagoga Fabilésia Araújo, afirma que elas são muito importantes em sala de aula e que podem ser usadas para auxiliar os alunos “Precisamos estar em constante evolução, nossa aprendizagem durante e após a formação precisa de embasamento teórico, cada um nos influência de uma forma e isso favorece a nossa compreensão de infância e criança, visando sempre uma aprendizagem significativa e com sentido para que a criança aprenda de forma prazerosa”.
Cátia Reis reforça a importância sobre o trabalho dos pensadores da área infantil e que isso permite entender a criança de forma individual, auxiliando o aprendizado da melhor forma para cada um “Ao estudar a criança através de suas observações, nos permite uma maior compreensão de como trabalhar com cada uma de forma individual, pois cada um aprende de sua maneira e no seu tempo”.
Uma médica Brasileira também foi muito importante quando o assunto é a área da educação infantil, a Sanitarista Zilda Arns (1934-2010), que recebeu a data de celebração da educação infantil em sua homenagem. Ela foi uma pessoa que lutou muito pelas crianças no território nacional, uma das fundadoras da Pastoral da Criança, oferecendo assistência para crianças de comunidades carentes desde a gestação até os 6 anos de idade, desenvolvendo serviços de saúde, educação, nutrição e cidadania.
Fundada em 1983 na cidade de Florestópolis, a Pastoral da Criança está espalhada em todo o Brasil desde 1992. Segundo a Organização, em 2018 contou com cerca de 136.134,7 voluntários.
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