O dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres celebrado no dia 25 de novembro, contará com uma mobilização especial do projeto Feminicidade, que busca conscientizar a sociedade, por meio da ocupação do espaço público, com lambe-lambes contando histórias de mulheres que sofreram violências diversas.

Foto da voluntária: Tatiana Azzi.

Os relatos -colhidos por voluntárias escritoras e fotógrafas — também serão disponibilizados através do site www.feminicidade.com.br, reunindo a trajetória de mulheres de diversas realidades e desfechos dos ciclos de violência.

De acordo com a responsável de articulações e parcerias do Atados, Rosa Diaz, a ação será dividida em três etapas. A primeira já foi realizada no último dia 3, com uma reunião das voluntárias, que se inteiraram sobre o projeto, dividiram experiências de vida, além, de receberem as incumbências para a captação das histórias.

 

Mulheres dividindo e registrando suas histórias. Foto da voluntária: Tatiana Azzi.

A segunda etapa acontece no dia 17, onde os relatos serão apresentados, bem como, as experiências do trabalho e a divisão das responsabilidades para a terceira parte que é a veiculação dos lambe-lambes no espaço público.

 

Raquel Ribeiro, uma das organizadoras. Foto da voluntária: Tatiana Azzi.

De acordo com uma das organizadoras do projeto, Raquel Ribeiro, o feminicidade também se unirá a outros eventos de coletivos feministas que têm o objetivo de chamar a atenção para a violência contra a mulher. “Queremos fortalecer essa agenda única e os lambe-lambes são uma forma atrativa de dar visibilidade a essa pauta”, explica.

Origem da data

Em 1999, as Nações Unidas (ONU) designaram oficialmente o dia 25 de novembro como Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Desde 1999 que se tem celebrado este dia pelo mundo.

A data está relacionada com a homenagem a Tereza, Mirabal-Patrícia e Minerva, presas, torturadas e assassinadas em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.

Brasil

Segundo o Mapa da Violência 2015: 43% das mulheres em situação de violência afirmaram sofrer agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal. Dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% presenciavam a violência e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães.

Elas são principalmente negras, com idade entre 20 e 39 anos, a maioria com até oito anos de escolaridade.

 

Foto da voluntária: Tatiana Azzi.

Texto da voluntária Maria Amélia Saad.