O Dia das Boas Ações, realizado no dia 2/4 pelo Atados, reuniu três gerações de uma mesma família para um mutirão de limpeza na praia do Arpoador, na zona sul do Rio. O evento, que está em sua segunda edição, tem o objetivo de promover oportunidades de voluntariado e divulgar diversos projetos sociais. Inclui uma feira de ONGs parceiras do Atados, oficinas, palestras e apresentações.
Educando com o exemplo
Na praia, Jorge, de apenas 4 anos de idade, deu um show de fofura e consciência ambiental. Ele acordou bem cedo e chamou a mãe Priscila Bedram, e a avó, Susana, para se juntarem aos voluntários do Arpoador Surf Club e salvar os animais. Apesar da pouca idade, o menino ficou impressionado ao ver de perto os efeitos da poluição.
“Eu já vi uma sandália e uma bolsa no mar. O bichinho come e morre”, diz Jorge. Ele passou a prestar atenção na sujeira depois fazer um passeio de barco pelas Ilhas Cagarras com a família. “Duas tartarugas estavam presas por uma linha de pesca, e a gente salvou”, diz. A avó de Jorge, Susana Bedram, de 74 anos, pratica stand up paddle e recolhe o lixo que encontra na água. “Dói o coração, porque eu vejo muito plástico em alto mar. Eu volto com a prancha cheia, senão os peixes vão comer e morrer”.
A mãe de Jorge, a comerciante Priscila Bedram, de 47 anos, se orgulha de passar bons princípios para o filho. “Eu cresci vendo meus pais fazerem trabalho voluntário. E quando é assim acaba achando normal, natural. A gente espera que ele consiga passar essa ideia para os amigos. O exemplo é a melhor maneira de educar”, diz.
Unindo esforços
E é assim, de pouquinho em pouquinho, que se conquistam grandes resultados. O engenheiro oceanográfico e presidente do Arpoador Surf Club, Guilherme Aguiar, diz que o mutirão é realizado há 12 anos no fim do verão. Mas a iniciativa ganhou mais visibilidade ao ser realizada durante o Dia de Boas Ações, pois envolve voluntários de outros bairros. “A gente sofre muito com o lixo, porque somos todos frequentadores. Se a gente não fizer algo, isso não vai mudar. Essa é uma maneira de passar uma mensagem legal. Plante o bem que você vai colher o bem”, diz.
O lixo, além de servir para oficinas de trabalhos artísticas, é entregue para a Comlurb. “O material que é jogado na praia ainda pode ser reaproveitado. A gente vai separar, pesar e levar para cooperativas. Todo mundo fala que o Rio é tão bonito, então vamos fazer uma boa ação. Aos pouquinhos as pessoas vão tomando consciência e melhorando”, afirma Jussara Macedo, assistente técnica da Comlurb.
O funcionário público Misaías Demócrito, de 52 anos, destaca a importância do voluntariado. “Eu já faço trabalho voluntário desde 1995, então eu estou dentro. Eu entrei no site do Atados, fiz a inscrição e cheguei para trabalhar. Eu acho que todos nós temos que ter um dia para isso: ser voluntário. Você doar um pouco de si para o melhor da humanidade. Todos jutos somos fortes”.
Texto escrito pela jornalista voluntária Cristina Cople.
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