Depois de ter sucesso como traficante e se tornar figurinha carimbada no crime, este homem decidiu mudar a sua vida – e a dos outros – para melhor.


O Marcos Lopes é “o cara” do Projeto Sonhar, uma ONG linda que, com muita garra e muito sucesso, ajuda jovens em situação de vulnerabilidade a deixarem o caminho das drogas e do tráfico. E não é só porque ele é um guerreiro, uma pessoa iluminada, mas principalmente porque ele tem um incrível poder de se relacionar de maneira profunda com esses jovens, justamente porque já viveu muito de perto o outro lado, o lado negro do crime e das drogas, e por isso entende esses jovens como ninguém; fala a língua deles, sem hipocrisia, sem mimimi. É papo reto e profundo.

Marcos é um Educador Social, e fundou o Projeto Sonhar depois de ver e sentir na pele os estragos do caminho do crime. Viu muitos amigos serem presos e serem mortos, por tiro e também por overdose. Foi um bandido de sucesso, teve fama e dinheiro, era respeitado nas quebradas. Apesar disso, o crime nunca foi sua vocação. Mas ele teve que passar por isso para se encontrar e se empoderar e, assim, mudar radicalmente sua vida e de outras centenas de jovens que, como ele, não nasceram em berço esplêndido, mas, com os estímulos e oportunidades certos, podem ser pessoas brilhantes e inspiradoras, como ele próprio.

Nasceu em uma família pobre, filho de pais analfabetos e pai alcóolatra, cresceu em bairros da periferia paulistana próximos ao Capão Redondo, onde hoje fica sua ONG. De tão violentos, esses bairros eram chamados de ‘triângulo da morte’ na década de 90. Fumou muita maconha mas, por sorte e destino, nunca se tornou um dependente de drogas.

Foi para a escola aos 7 anos de idade, mas não conseguia acompanhar as aulas. “Quando eu tinha uns 11 anos, cabulava aula para ficar na rua cuidando de carro. No final do expediente, a gente saía batendo de casa em casa, pedindo comida, tocava a campainha e pedia alguma coisa. Um dia, por acaso, tocamos na Casa do Zezinho. Uma mulher atendeu e começamos a conversar, ela me convidou para participar das atividades. Foi meu primeiro contato com a leitura, totalmente por acaso”. Passou a frequentar a Casa do Zezinho, até que, com 14 anos, seus pais se separaram por conta do alcoolismo do pai, e sua vida, já pouco estruturada, desmoronou de vez. Ele conheceu o álcool e as drogas, até assaltar a cantina da escola e ser expulso dela. A partir daí, não voltou mais para a escola ou para a Casa do Zezinho até sair do mundo do crime, mais de 6 anos depois.

Começava ali sua bem sucedida carreira no mundo do crime. No início, fez amizade com o namorado de sua melhor amiga, Ana Paula: “Ele tinha 27 anos na época, trabalhava de terno e gravata e carregava uma pasta, aquele estereótipo de homem para mim era fantástico, queria que ele fosse meu pai”. Da amizade, surgiu a confiança, e ele começou a fazer pequenos serviços para o amigo engravatado. Um dia, descobriu um monte de RGs falsos em uma gaveta na casa do amigo e perguntou a ele do que se tratava. O amigo desconversou, mas depois acabou contando a Marcos que era um estelionatário, que roubava bancos sem usar uma arma sequer, apenas com uma caneta e alguns documentos falsos. Assim, Marcos aprendeu o ofício do estelionato, e virou o cara de confiança do amigo estelionatário. Ganhou videogame, celular, e passava o dia fumando maconha na casa do amigo.

Foto de Marcos Lopes por Camila Torres

Um dia, o amigo resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, e Marcos fugiu de casa para acompanhá-lo, sem o consentimento da mãe e com apenas R$ 21,00 no bolso. Morou 6 meses na favela do Rato Molhado, na Zona Norte do Rio, onde aprendeu tudo sobre o ofício do tráfico de drogas. “Fiz um workshop do crime”.

Voltou para São Paulo com 14–15 anos, com tatuagem nas costas, marrento: “Me achava o fodástico, inventava um monte de coisa pros meus amigos, inventava que roubava pra contar de vantagem. Me tornei um cara muito mentiroso. Até que os caras me chamaram pra assaltar, e eu não podia dar pra trás”. E foi aí que Marcos começou sua vida no crime de verdade.

Assaltou pela primeira vez, morrendo de medo, mas sem perder a pose: “Eu criei uma fama e comecei a pegar gosto por aquilo, a ficar bom de verdade. Comecei roubando carro, depois cargas, depois lojas…tudo que me desse dinheiro, eu roubava. Mas não roubava para consumir drogas, roubava porque queria fazer bonito, queria ter dinheiro, queria ter uma moto…”.

A fama se espalhou pela região, apareciam moleques se inspirando em Marcos e seus amigos, como se fossem heróis do crime. Iam surgindo oportunidades de novos crimes, novos roubos. “Não eram coisas grandes, no máximo R$ 10 mil, porque ninguém ia dar uma parada maior pra gente, de R$ 100–200 mil. O que tinha nesse nível era banco, mas todo mundo que eu conheci roubando banco, morreu. Não tenho nenhum colega que foi roubar banco e se deu bem. Eu conhecia o sistema, sabia que se eu fosse roubar um banco eu ia tomar tiro; ou ia matar, ou ia morrer”.

Os amigos, então, começaram a ser presos, o melhor amigo foi parar na Febem, e ele resolveu parar de roubar. “Assim, do dia pra noite, não quis mais. Falei ‘vou parar’, e parei. Eu tinha 16 pra 17 anos”.

Resolveu, então, partir para o tráfico de drogas, que ele aprendera muito bem no Rio de Janeiro. Fundou com dois amigos uma bem sucedida boca, na qual atuava como gerente. “Aí a gente começou a ganhar dinheiro de verdade, muita grana, viciando um monte de moleque novo. Não sei como não me viciei, mas eu nunca gostei de droga, gostava da fama que trazia, mas sabia que, no dia que eu ficasse realmente viciado, eu ia perder o respeito, a moral, ia tentar me matar pela droga, eu tinha consciência disso. O que me atraía era o dinheiro”.

A boca de Marcos bombou, e isso incomodava a concorrência. “Hoje, você tem uma empresa que controla todo o tráfico de drogas do estado de SP, antigamente não tinha isso, cada um tinha a sua boca e, quando uma boca se sobressaía, os donos das outras bocas se juntavam para poderem tomar essa boca de destaque. Foi o que aconteceu com a minha boca. Os caras vinham dar tiro na gente, a gente dava tiro nos caras, e começou a morrer gente. E daí a gente achava que não dava mais pra parar”.

Nessa época, Marcos conta que presenciou várias crises de overdose de amigos, e tentou salvá-los da morte, sem sucesso. Além da overdose, Marcos começou a perder muitos amigos mortos pelos rivais do tráfico. O grupo dele, então, apavorava o bairro matando rivais e tentando se salvar.

Até que a melhor amiga de Marcos, Ana Paula, foi morta a tiros pelos rivais, deixando duas filhas ainda bebês. “Aquilo ali pra mim foi foda. Até aquele momento, tinham morrido pessoas que não eram tão importantes na minha vida. E aí foi como se eu tivesse ouvindo todo mundo falando ‘sai dessa vida, você não nasceu pra isso’, e ela sempre falava isso. Enterrei minha amiga e decidi que não queria mais saber de nada daquilo”.

Mas não era nada fácil sair dessa vida: “Quando eu falei para o cara que fornecia droga pra gente que eu ia sair, ele disse que ia me matar. Aí meu amigo, que era o namorado da Ana Paula na época, falou pra ele: ‘Se você matar ele, vai ter que me matar também’. Daí os grupos racharam e começou a rolar a matança, e eu estava só esperando morrer”. O fornecedor matou os dois melhores amigos de Marcos, foi preso e morto na cadeia. O namorado de Ana Paula foi condenado a 67 anos em regime fechado, e está preso há 15. “Eu saí do crime e fui vendo, à distância, meus amigos morrendo, tendo que fugir, sendo presos e condenados a até 60 anos de cadeia”.

Marcos conseguiu largar de vez a vida do crime aos 19 anos. Voltou para a Casa do Zezinho e arrumou um emprego de faxineiro em um prédio comercial. Acordava às 4h da manhã para chegar no emprega às 7h, trabalhava muito e sobrava pouco tempo para descansar. Nas horas vagas, cuidava da biblioteca da Casa do Zezinho, e foi pegando o gosto pela leitura. “Conheci o livro do Ferréz, Capão Pecado, que conta sobre as quebradas, sobre a violência no Capão Redondo, e já foi traduzido para diversos idiomas. Ferréz é um dos caras que representou a literatura das quebradas”.

Nessa época, encontrou por acaso um colega que tinha passado no vestibular e ia fazer faculdade de turismo. Inspirado pela ideia, mas ainda sem convicção das novas escolhas, foi escondido fazer sua inscrição no vestibular. Passou em Letras, mas não tinha dinheiro para bancar os estudos. Pediu ajuda na Casa do Zezinho, conversou com a assistente social e conseguiu uma bolsa de estudos dada pela subprefeitura da Penha. Teria que pagar a faculdade de acordo com as notas que conseguisse tirar. “Eu nem acredito que estudei a faculdade toda de graça, tive 100% de bolsa!”. Formou-se em Letras e, durante 3 anos, lecionou na escola da qual havia sido expulso por assaltar a cantina.

“Me encontrei. Comecei a dar aula de português e passei a me comunicar com os alunos. Os moleques estavam na minha quebrada, eles vinham falar qualquer coisa e eu conhecia a família de todos, eles se sentiam tão à vontade que me chamavam de Neném [apelido de Marcos na região], não de professor.”

Durante esse período, em 2009, Marcos publicou seu livro Zona de Guerra, com ajuda da revista Trip e de seu fundador e editor, Paulo Lima, que se tornou grande amigo de Marcos.

“Mas daí eu vi que a escola era muito limitada pra mim, uma coisa fechada, com grade, não era naquilo que eu acreditava, era como se eu tivesse preso — por exemplo, eu sempre quis contar para os alunos essa historia que eu estou contando pra você, mas tinha receio de como a direção ia receber isso”.

Então, depois de 3 anos na escola, surgiu a oportunidade de participar do processo seletivo para uma instituição que trabalhava o desenvolvimento humano de famílias em vulnerabilidade. O foco era trabalhar essas famílias pra que elas pudessem tirar os filhos da mendicância (meninos que pedem esmola ou fazem malabares no farol) e os pusessem na escola, no processo educativo. “Com os recursos da ONG, a gente dava R$ 350 pra família, para que ela pudesse acrescentar no salário e pudesse criar o filho com um pouco de dignidade, e daí a gente atendia essas famílias para ver como estravam gastando esse dinheiro, se estava sendo bem aproveitado, etc.”.

Certa vez, Marcos estava fazendo esse trabalho no Jd. ngela, quando foi abordado na favela por um traficante local, que lhe apontou uma arma e perguntou o que ele estava fazendo ali. Ele explicou, mas foi expulso do local pelo traficante. Sentiu-se ofendido, mas voltou depois de duas semanas para continuar o trabalho e, insistente, acabou passando uma tarde inteira batendo papo com o tal traficante. Quando teve a oportunidade, perguntou se ele não tinha vontade de sair do crime, ouviu a resposta: ‘Vou fazer o que?’. Perguntou, então, qual era o sonho dele: ‘Não tenho sonho, estou há duas noites virado, sem dormir, como é que sonha?’. Mas Marcos insistiu, perguntou o que ele faria se pudesse fazer qualquer coisa fora do crime, e ele finalmente lhe disse que moraria num haras e cuidaria de cavalos.

“Ninguém acreditou quando eu cheguei na ONG e contei essa historia, como eu trocava ideia com um cara que me apontou uma arma, e eu falei que jogava bola com um cara que me deu 5 tiros (e jogava mesmo), por que não iria trocar ideia com ele? Daí comecei a questionar, pensar, será que eu não conseguiria um haras pra salvar esse cara?”. Marcos foi então pedir ajuda na Casa do Zezinho, buscou recursos, alugou uma casa para o rapaz, levou-o para o Capão. Ele começou a trabalhar na Casa do Zezinho, depois passou a tirar fotos em eventos em que Marcos participava. “Ele acreditou em mim, e eu consegui tirá-lo do tráfico”.

Essa foi apenas a primeira historia de sucesso de Marcos nessa empreitada que levou ao que é, hoje, o Projeto Sonhar. “Eu montei um grupo e, quando vi, tinha 27 meninos que eu tinha resgatado do tráfico. 27! Levei esses moleques pro Rio de Janeiro, pra Ubatuba, levei pra surfar, pra mergulhar, pra conhecer o Cristo, o Pão de Açúcar…”.

“Criei um grupo que chamava Café Filosófico, comecei a trabalhar com esses meninos e, para eles estarem ali comigo, fazendo as coisas legais, eles não poderiam estar no tráfico ou usando drogas, porque a droga ia limitar, e comecei a falar pra eles qual era o processo, e eles começaram a ver que eu manjava mesmo”.

Porém, um dia, a instituição para a qual Marcos trabalhava fechou as portas, após dissidências entre as ideias do presidente e do financiador. O trabalho feito pela ONG foi levado pelo financiador para a Casa do Zezinho, e Marcos acabou indo junto. Mas ele não queria mais focar seu trabalho no atendimento às famílias, mas sim aos meninos que ele já estava atendendo. Com a ajuda de Alex, seu grande parceiro nesta jornada que deu origem ao Projeto Sonhar, ele focou no que realmente era o cerne da sua missão, pois não podia mais abandonar os meninos que estava conseguindo resgatar. E cita Sant’Exupéry, que ele diz que já leu e releu inúmeras vezes: ‘tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que tu cativas’.

Foto de Marcos Lopes por Camila Torres

Marcos trabalhou por 3 meses na Casa do Zezinho, então chamou o financiador e lhe comunicou que não iria continuar, pois iria abrir uma ONG para trabalhar com aqueles meninos que ele tanto precisava resgatar. O financiador perguntou com que dinheiro Marcos faria isso: “Eu disse que ia pegar o dinheiro da minha rescisão, mais o do seguro desemprego. Peguei esse dinheiro, investi, e rachava meu seguro desemprego com o Alex, era R$ 500 pra cada um, durante muito tempo. O cara falou ‘Vocês são muito corajoso, tiro meu chapéu pra vocês, vou ajudar vocês’. Ele nos ajudou por 6 meses, e a gente fez com o que o dinheiro dele se estendesse por 12 meses”. Aquele era o único financiador da nova ONG, e Marcos e Alex tiveram que correr atrás de novos recursos.

“Muita gente me conheceu pelo livro que escrevi, conhecia o trabalho que eu fazia com os meninos. E comecei a pedir que me indicassem pessoas. Eu dizia ‘não preciso de R$ 10 mil, preciso de 10 mil pessoas que me deem R$ 1’. E foram aparecendo pessoas que acreditavam no projeto e que viam o resultado do nosso trabalho. Daí eu produzi o programa A Liga, comecei a aparecer em um monte de matérias, revistas, coisas que propagavam o que a gente estava fazendo, e então as pessoas começaram a ver e nos ajudar. E agora estamos aí, com o Projeto Sonhar”.

Quem sustenta o projeto hoje em dia são pessoas físicas e empresas privadas. Por exemplo, há pessoas que pagam a conta de telefone, outras que pagam a conta de luz, e pessoas e empresas que contribuem com doações mensais — todos recebem recibo de doação e conseguem deduzir do IR, inclusive as pessoas físicas.

Os parentes dos meninos atendidos não têm condições de mandá-los para clínicas de reabilitação, de forma que o Projeto Sonhar atua nesse sentido, suprindo essa necessidade. As famílias chegam à ONG pelo boca a boca da comunidade e também por meio das redes sociais, como o Facebook. Muitas vezes são os próprios meninos que procuram a instituição.

O Projeto Sonhar já salvou do mundo das drogas a vida de centenas de jovens em situação de vulnerabilidade. Moram na sede da ONG cerca de 6 meninos por vez. Dentre os garotos que moram atualmente, Marcos compartilhou a historia de dois deles:

Um deles, que nos atendeu ao chegarmos à ONG, Marcos tirou do tráfico e é o 1o empregado CLT do Projeto Sonhar. Ele está finalizando o ensino médio e agora Marcos vai buscar apoio para financiar a faculdade dele. “Ele quer ser arquiteto, desenha super bem e disse que pode transformar a vida de um monte de gente.”

O outro havia chegado há apenas dois dias. “Vimos esse menino crescer, pois atendíamos a mãe dele naquele projeto anterior de apoio às famílias. Ele teve 3 overdoses por drogas, se trancou em casa e disse pra mãe que, se ela não arranjasse um lugar pra ele se internar, ele ia morrer, porque não aguentava mais usar drogas. Eu passei hoje por ele e ele me disse ‘Ó, cheguei ontem, mas é o seguinte, não estou com nenhuma vontade de usar droga’, e hoje ele já foi à escola e à Casa do Zezinho, e está aí, tranquilo, sem usar droga, fazendo atividade, ajudando na cozinha, super dinâmico, super parceiro.”

Para Marcos, o fato de ter um vínculo afetivo é o que afasta o jovem da droga, pois, quando você constrói esse vínculo, você injeta no outro a possibilidade de ele recomeçar a sonhar, e ele começa a ver que a droga não faz mais sentido. “Eles se ajudam muito entre eles, pois começam a se olhar e a se ver no outro”.

O segredo de Marcos? Ter vivido na pele a realidade desses jovens. Apesar de nunca ter sido viciado em drogas, Marcos conhece como ninguém o submundo de violência que permeia o tráfico e os dependentes das drogas.

“Para eles estarem aqui, eles têm que se conectar de alguma forma. Tenta falar com alguém que você não conhece e usa drogas, você nem consegue conversar. Mas, quando você consegue estabelecer o vínculo, esse cara começa a te olhar olho no olho e a confiar em você. Quando ele senta naquele sofá [da ONG], dificilmente fala não. É como se eu conseguisse entrar na mente dele e falasse ‘eu sei o que você faz’, e começasse a bagunçar tudo aquilo, como se ele entendesse que tudo que ele faz, tudo que ele aprendeu até hoje, é errado”.

No começo da nossa conversa, Marcos disse que sua história “não tem nada de fantástico”. Talvez o enredo, infelizmente, não seja mesmo original. Mas o rumo que ele deu a sua história está muito longe de ser ordinário, e só podemos admirá-lo, agradecê-lo e aplaudi-lo imensamente por isso.

 

Texto: Fernanda Ramos

Fotos: Camila Torres