As crianças se divertem e aprendem com o projeto Ler e Brincar no Pró-Saber SP (Foto: Isabel Praxedes/Comunicadores Atados)

Com aproximadamente 7.000 títulos diferentes e 1330 pessoas cadastradas, a biblioteca comunitária do Pró-Saber SP é um dos lugares mais especiais da ONG. Reformada e reinaugurada no começo de 2015, o lugar é um espaço aberto para os alunos do centro e para a comunidade de Paraisópolis.

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Tanto a turma da manhã quanto a turma da tarde passam pela biblioteca pelo menos duas vezes por dia: no começo do período para entregar o livro que levou no dia anterior para casa e escolher outro e no final do período para ouvir uma história escolhida pelo pessoal do centro. “Eu acredito no prazer da leitura, mas acho que a nutrição pela leitura vem antes do prazer, se você não incentiva isso, eles não vão se envolver muito”, conta Lia Costa, coordenadora do projeto Ler e Brincar.

A professora Lia Costa lê para as crianças (Foto: Isabel Praxedes/Comunicadores Atados)

Segundo Lia, ler para as crianças acaba sendo a melhor parte do seu dia e sua paixão pela leitura e por crianças fazem com que ela consiga escolher livros que geralmente prendam muito a atenção das crianças. “Isso faz com que eles valorizem a leitura. Por isso, eles têm que ter um livro da biblioteca em casa, de segunda a segunda”.

Antes da biblioteca ser aberta para a comunidade, ela era apenas uma sala de aula de informática com duas estantes que tinham alguns livros e com a reforma ela se transformou em um espaço onde leitura é coisa séria. “Nós já até recebemos alguns escritores que vieram ler e conversar com as crianças. É sempre uma experiência incrível para as crianças e para nós. Além disso, cada autor acaba deixando um desenho ou um recado na nossa parede”, diz Gabriel da Silva, estagiário do Pró.

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A ideia da biblioteca é inspirar as crianças e os pais a terem o costume de ler um livro juntos diariamente, por isso, quem ler 20 livros ganha um livro para levar para casa. “Geralmente, tiramos uma foto da criança com o livro que ela ganha. Além de deixar ela feliz, isso incentiva ela a ler ainda mais”, fala Gabriel.

Cada criança escolhe o seu livro do dia (Foto: Isabel Praxedes/Comunicadores Atados)

A iniciativa já vem tendo resultados positivos que são reportados nas devolutivas dos pais. Segundo Lia, os adultos falam que as crianças têm pedido para ouvirem histórias diariamente. “Eles dizem que o projeto tem estimulado eles a voltarem a ler e que a nossa iniciativa tem mostrado como a leitura é importante no desenvolvimento das crianças”.

Autores que visitam a ONG deixam sua marca na biblioteca (Foto: Isabel Praxedes/Comunicadores Atados)

O ato de ler para as crianças diariamente também é muito importante para o estagiário Matheus Ferreira, que é quem cuida do controle dos livros alugados na biblioteca. “Gosto do afeto que as crianças têm comigo quando eu estou lendo. Elas gostam, ficam entretidas e essa interação é muito legal. Gosto do modo que elas se aproximam quando ouvem uma história”.

A leitura tem se tornado tão importante para as crianças do Pró que, muitas vezes, as indicações partem delas. “É legal ver elas conversando entre si sobre livros, contando as histórias que leram no dia anterior com alguém da família”, fala Gabriel.

Apesar da maior parte do acervo da biblioteca vir de doações, a ONG também pede verbas para livros nos editais em que se inscreve e a Lia é a responsável pela compra e curadoria dos livros. “Mesmo as doações que chegam passam por uma triagem e o que não é interessante para a nossa biblioteca, acaba sendo doado para outros lugares. Sempre tentamos repassar os materiais”.

Ao passar algumas horas no Pró-Saber SP, é possível ver as crianças com os saquinhos, onde os livros são guardados. Vire e mexe, uma criança entra na biblioteca e diz: “oi, vim devolver o livro e pegar outro”. De todos os livros, os que mais saem são: Soltei o pum na escola, de José Carlos Lollo e Blandina Franco, e Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado.

Alguns livros da biblioteca do Pró-Saber SP (Foto: Isabel Praxedes/Comunicadores Atados)

Texto escrito pela voluntária Beatriz Atihe e fotos da voluntária Isabel Praxedes